Jacqueline Barbosa de
Oliveira Insaurale, da Unidade Regional de Perícia e Identificação (URPI) de
Aquidauana, órgão ligado à Coordenadoria Geral de Perícias, abordou o trabalho
pericial ambiental tanto em âmbito cível como criminal para público dos cursos
de Agronomia e Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Mato Grosso do
Sul (UEMS).
O desmate na
jurisdição onde a perita criminal atua é um grande problema para o meio
ambiente. O trabalho da perícia tem fundamental papel para que seja identificada
as condições que foram cometidos esses crimes ambientais e auxiliar a investigação
policial com provas materiais, por meio de laudos técnicos.
“Nossa regional
atende vários locais de constatação de crime ambiental, principalmente na
região de Bodoquena”, exemplifica a perita criminal.
O minicurso realizado
para dezenas de estudantes do campus da UEMS em Aquidauana foi uma forma
importante de informar os futuros profissionais sobre necessidade de se atender
a legislação e proteger riquezas naturais de Mato Grosso do Sul.
A perita criminal
abordou não só o trabalho pericial que é feito, como também a estrutura do
laudo, parecer técnico e ainda fez dois estudos de caso, um deles focou o local
onde houve desmate com corte de árvores protegidas por lei. Esse crime
ambiental foi cometido em área de preservação permanente (APP) do Rio
Aquidauana.
“Tem muito desmate
com corte de aroeira em toda a região. E nossa área de atendimento abrange os
municípios de Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Miranda e Bodoquena”,
explica.
O corte da aroeira só
pode ser realizado com plano de manejo aprovado pelo Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA).
A portaria 83 do órgão fornece orientações sobre esse procedimento.
O interesse no
desmate ocorre porque a árvore pode ser utilizada em curtumes para o curtimento
de peles e couros, devido ao alto teor de tanino, suas casca e folhas têm poder
medicinal, além também do óleo dela que pode ser utilizado na indústria para
produção de sabonetes, loções e gel.
Parte do território
que a perita criminal trabalha já representa a entrada do Pantanal sul-mato-grossense,
que tem uma importância sem igual para a sociedade. Em 2000, o Pantanal foi
reconhecido como Reserva da Biosfera pela Unesco, o que obriga uma gestão
cuidadosa com relação a manejo sustentável e proteção ambiental.
“É com grande satisfação que os cursos de Agronomia e Engenharia
Florestal da UEMS agradecem a perita criminal em participar do Encontro de Ciências Agrárias,
ministrando o minicurso ‘Perícia Ambiental’. O evento (como um todo) visa
proporcionar a capacitação dos futuros Engenheiros Agrônomos e Florestais,
colocando-os em contato com diferentes profissionais da área, objetivando
debater os caminhos para a sustentabilidade do setor”, afirma a professora
doutora Maiele Leandro da Silva, da comissão organizadora do Encontro de
Ciências Agrárias.
O evento aconteceu entre os dias 25 e 30 de setembro e o minicurso da perita criminal foi relizado entre 8h e 11h, no dia 29 de setembro, na Unidade Universitária de Aquidauana.
Veja fotos do minicurso na seção galeria do site do Sinpof-MS. Fotos: Divulgação.